Maurício Mattos sai da presidência da Rocinha

Após sete anos presidindo a Acadêmicos da Rocinha, Mauricio Mattos se afastará da direção executiva da agremiação de São Conrado, por motivos profissionais e em função novos desafios empresariais dos seus negócios. Mauricio havia sido reeleito pelo terceiro mandato consecutivo por aclamação para o triênio 2009-2012 e passará a presidência para o vice-presidente, Déo Pessoa, que faz parte desta gestão desde 2003. No próximo dia 15 de abril, haverá uma reunião do conselho para aprovação da prestação de contas e oficialização legítima da transferência da gestão desses dois próximos anos da Acadêmicos da Rocinha.
- Durante sete anos convivi com essa comunidade especial, onde aprendi a admirar e respeitar os seus anseios de bem estar social, que encontraram na nossa escola de samba um agregado valioso de alta estima. Além de me fazer crescer pessoalmente, me fez nutrir um sentimento ainda maior, por essa gente que luta, trabalha, estuda e deposita todo o seu amor em uma agremiação, que apesar dos seus 22 anos, tem uma história forte, bem sucedida e com uma marca respeitada em nossa cidade. Estou me afastando com a sensação de dever cumprido. Nesses anos transformamos a Acadêmicos da Rocinha em mais do que uma escola de samba, em uma escola de vida, com suas atividades culturais e sociais através do Núcleo de Responsabilidade Social - Qualificar, que vem sendo bem gerido por Déo Pessoa, que irá assumir a presidência de nossa escola - acreditou Maurício.
Afasto-me da presidência executiva, por motivos já expostos, ligados ao mercado empresarial, entre eles o belo projeto de 40 anos de carnaval, através da revista Rio Samba e Carnaval. Em função disso não poderei estar presente ativamente, mas como sócio proprietário, estarei nas reuniões do conselho, eventos e de outras celebrações da nossa escola. Agradeço ao respeito e apreço da comunidade, componentes e parceiros da Acadêmicos da Rocinha que confiaram em mim e que nos ajudaram a criar a integração morro-asfalto. Também agradeço a profissionais e companheiros de gestão, que me ajudaram a chegar até aqui, com resultados conquistados notadamente: Déo Pessoa, Carlos Sampaio, Roberto Torres Homem, Jorge Mariano, Pedrina Poubel, Domingos Sávio, Valdinês de Oliveira, Wagner Araújo, Márcia Cristina, Pedro Arídio, entre outros. Além dos carnavalescos Alex de Souza e Fábio Ricardo, por fazerem da escola uma agremiação competitiva - agradeceu o empresário.
Mauricio Mattos não escondeu a sua decepção com o descalabro que se tornou o destino da LESGA, entidade que ajudou a criar, com o legítimo propósito de tornar o Grupo de Acesso mais justo e organizado, que agora cai no descrédito diante da opinião publica.
- Fiquei desencantado com o rumo da LESGA, que era uma eminente oportunidade de fortalecer o nosso grupo, criando um caminho promissor e empreendedor para esse espetáculo, que são os desfiles das escolas de samba do Grupo de Acesso. Sem dúvida era para se ter como espelho a LIESA, que é um sucesso e que fez do Grupo Especial um grande empreendimento. A LESGA teve a oportunidade de seguir um caminho bem sucedido, mas a falta de competência, infelizmente não permitiu o resultado que todos esperavam, com inteligência e honestidade. É só avaliar o que fizeram com a nossa Acadêmicos da Rocinha no concurso do carnaval desses anos: uma indisfarçável covardia, não só com a agremiação, mas com o próprio carnaval. Onde irão parar esses procedimentos - questiona-se.
Maurício Mattos assumiu a presidência da Rocinha em 2003 e durante o seu mandato a escola desfilou pela segunda vez no Grupo Especial (2005). Também em 2005, durante a sua gestão foi criado o Qualificar, Núcleo de Responsabilidade Social da Acadêmicos da Rocinha, que tem como objetivo criar oportunidades de inclusão social para adolescentes, jovens e adultos da comunidade da Rocinha, Vidigal, Vila Canoa, Parque da Cidade e arredores que vivem em situação de vulnerabilidade pessoal e risco social. Além de melhorar a qualidade de vida dos seus alunos, possibilitando a participação cidadã na vida social e econômica do país.