Até o último carnaval, a bateria da Vila Isabel não era destacada por suas inovações, mas com a chegada de Mestre Átila, isso começa a mudar. Atento ao que os jurados gostam de ver e ouvir, o diretor de bateria prepara coreografias e bossas que, de acordo com ele, prenderão a atenção do público presente na Marquês de Sapucaí. Uma das novidades será a batida dos tamborins. O grupo deve ser dividido e em um determinado momento, os ritmistas vão fazer batidas diferentes. As bossas - longas -, que estão sendo treinadas nos ensaios durante a semana, serão ousadas. O detalhe é que elas terão coreografia, fato pouco comum na bateria da escola do bairro de Noel.
- Na Avenida serão no máximo três bossas, mas estamos ensaiando cinco. Todas são ousadas e com coreografias - adiantou Átila.
Os ensaios começaram em maio, pouco tempo depois que ele foi contratado pela agremiação. Na opinião de Átila, que sempre que necessário conta com o apoio de Mestre Mug, lendário ex-diretor de bateria da azul-e-branca, os seus ritmistas estão mais técnicos. Para deixar os ritmistas preparados, Átila já levou os integrantes para um ensaio secreto no Sambódromo.
- A rapaziada da bateria da Vila está mais técnica, moderna e ousada para os conceitos do júri da Liesa - disse o diretor, que deu uma afinação mais alta para os surdos de marcação.
A responsabilidade de dar ritmo a um dos sambas-enredo que se destaca da atual safra é motivo de ânimo para ele.
- Fui privilegiado com este samba. Estou em êxtase, mas com os pés no chão. Essa obra vem crescendo a cada dia - destacou Átila, que gosta de usar o metrônomo e já tem planejada a cadência que dará ao desfile da Vila: 144 batidas por minuto.
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